Porque será que a gente em certos momentos da vida sente uma espécie de vazio, de medo, de insegurança.
Um questionamento interminável sobre nós, sobre a vida e sobre tudo. É algo tão complexo e difícil de explicar, que nos reprimimos com este sentimento, como se ele fosse feio, não contamos nem mesmo para o nosso melhor amigo, por receio de que ele pense que estamos ficando malucos, ou então dele querer que digamos qual é o motivo, o que está errado em nossa vida, o que nem nós mesmos sabemos, ou então pense que estamos depressivos. Já que é um sentimento tão complexo e difícil de explicar seria estranho, eu aqui nesta coluna estar generalizando e dizendo “nós”, colocando você nesta. Respondo tal questionamento dizendo que como somos todos seres humanos e vivenciamos os sentimentos já conhecidos por todos, como o amor, a dor, a felicidade, enfim, somos todos iguais na esperança, no anseio, no medo da luz da nossa vida se apagar e não termos feito nem ao menos um pouco daquilo que tanto sonhamos.
Por este simples motivo, acredito que todas as pessoas têm tal crise existencial de vez em quando. O bom é justamente que elas não estão presentes diariamente, aparecem às vezes e aparentemente sem motivos. E confesso que causam um desconforto grande, ao mesmo tempo em que nos forçam a rever nossos conceitos sobre a vida, sobre nossos atos, sobre as pessoas que nos cercam.
Ajudam-nos a perceber que a não realização de algo que queríamos, ou então a concretização disto, no contexto geral da nossa vida não tinha tanta importância assim. Aí é que vem o problema, porque neste exato momento é que percebemos que desperdiçamos tanto tempo focados em algo, e não aproveitamos tantas outras coisas, que estavam acontecendo ao mesmo tempo, coisas simples, mas que enriquecem a nossa história.
São tantas idéias, tantos questionamentos sem respostas, tantas dúvidas, principalmente sobre a nossa existência, sobre a nossa missão, total insegurança sobre o futuro. Acredito que não seja eu a única pessoa que de vez em quando se pergunte: O que estou fazendo neste mundo louco? O que eu estou fazendo da minha vida? Será que eu estou sabendo viver e aproveitar o maior bem e melhor presente que possuo: a minha vida?
Também temos o hábito de achar que os outros são felizes. Sei que alguém que deve estar pensando que estes casos são para serem tratados com terapia, análise, pois é, elas são excelentes, para quem tem oportunidade, e são de fato recomendadas, pois melhoram muito a nossa qualidade de vida.
O fato é que estes profissionais não irão dar as respostas que ansiamos, irão nos ajudar ou dizer que todas as respostas estão dentro de nós. Perfeito, mas assim voltamos à estaca zero, ou seja, somos o grande mistério. Eu concordo que a resposta para tudo está em nós, pois a dor e a decepção vêm dos outros, mas a cura para elas está em nós.
Talvez o segredo seja não desvendar este segredo, seja viver intensamente cada momento da nossa vida como se fosse o último, saber que todos os dias morremos um pouquinho, portanto quem não gostaria de ser lembrado de forma positiva e para isto o que é preciso? Quem não gostaria de poder realizar o máximo de desejos que sua existência permitisse? E o que falta para ir em busca do primeiro deles? Enfim a felicidade não pode ser estocada, não pode ser guardada numa caixinha, temos que ser com a felicidade, o que não devemos ser ao extremo com o nosso dinheiro, gastadores.
Ela sim, quando aparece em nossa vida tem que ser desfrutada totalmente e até lamber os dedos, porque certamente depois dela virá um momento mais tenso em nossa vida, até ela voltar novamente. O mais intrigante no ser humano é que ele pode estar a muitos anos sofrendo, mas quando chega a felicidade, ela tem o poder de apagar todo aquele histórico de dor, é como se aquele período de sofrimento tivesse sido moleza... Tivesse valido a pena. Esta talvez seja a receita para uma vida bem vivida... Não custa tentar, pois não há contra indicações.
Parabéns pelo texto Marcos! Impossível não se identificar com o que tu escreve!
ResponderExcluirBeijãooooo
Crises existenciais como não tê-las? Eu vivo em uma desde que nasci rs. São tantas perguntas, tantas dúvidas e nenhuma resposta, mas como tu disseste, talvez o segredo seja não desvendar o segredo, afinal é esse fogo interno que nos move.Exelente texto meu amigo, beijoo.
ResponderExcluir