Nesta semana voltamos a falar nela, a inveja, aquele sentimento que causa tamanho desconforto na humanidade, principalmente naqueles que são vítimas dela. Muito embora este texto já tenha ocupado este espaço noutra data, penso ser de valia relembrá-lo.
A inveja é um dos sentimentos mais difíceis de serem eliminados da alma humana, pois se trata de um dos vícios que mais causa sofrimento à humanidade. Sempre que houver exagerado apego à materialidade das coisas, simbolizando bem estar e status, aí estará a inveja, sobrevoando nossos pensamentos mais íntimos.
Porém é necessário dizer que há diferença entre inveja e cobiça pelo bem estar. Não há nada de errado em trabalhar para se conquistar o conforto necessário à sobrevivência e a eficiência em determinada atividade, sem causar prejuízo ao próximo. Se alguém possui um objeto ou uma virtude que nos falta, desejá-los com humildade e sinceridade não é inveja.
Agora quando ela surge sedutora, junto com um sentimento de perda, um vazio não preenchido por conta de nos acharmos mais merecedores de termos o que o outro possuiu, dominados por um pensamento mesquinho e destrutivo, neste momento acende a luz indicadora da inveja. Há pessoas que se colocam como cães de guarda, sempre alertas ao menor ruído, basta alguém se destacar em alguma área, por mais ínfima que seja, lá estará o invejoso, pronto para apontar o dedo e tentar minimizar o feito de seu próximo. Uma roupa diferente, um calçado da moda ou mesmo um brinco ou pulseira bem colocados, já torna-se motivo para elogios, nem sempre sinceros.
Interessante é a acepção desta pequena palavra, contida no dicionário Aurélio, “Desgosto ou pesar pelo bem ou pela felicidade de outrem. Desejo violento de possuir o bem alheio”. E ela não surgiu agora, lembremos que os Fariseus foram invejosos na época de Jesus de Nazaré. Judas foi um invejoso. Barrabás se ressentiu do carisma que o mestre possuía naturalmente, sem precisar lançar mãos de artifícios, poses e posturas, às vezes até necessárias para um político profissional.
Voltando aos dias atuais, quem nunca ouviu o termo “puxada de tapete”? Aquela que ocorre nas empresas, nos vários locais de trabalho, inclusive na família e onde quer que se reúnam pessoas. E sabe quais os ingredientes das tais “puxadas de tapetes”? A vaidade e o orgulho, esses dois gigantes da imoralidade, filhos do egoísmo, combinados proporcionalmente com a inveja, formam um trio de ferro corrosivo, uma espécie de três mosqueteiros às avessas. Geralmente sempre na busca de determinadas atividades que ofereçam poder, uma vez que é muito comum vermos subgrupos dentro de um mesmo grupo, a popular panelinha, que se arma contra os que conquistaram ao longo do tempo, o seu espaço por mérito moral e intelectual. Esses grupinhos promovem fofocas, queimam pessoas, formam lideranças como se fossem Judas, desmerecem o trabalho realizado e promovem intrigas. Tudo por inveja, não há dor de cotovelo que suporte o sucesso alheio. É por isso que a cobiça destrutiva, proporciona um quadro de morbidez e infelicidade para aquele que se alimenta desse sentimento maligno.
Agora você deve estar perguntando-se: Será que é ruim cobiçar a riqueza com o desejo de praticar o bem? O sentimento é louvável, sem dúvida, quando puro. Mas esse desejo é sempre bastante desinteressado? Não trará oculta uma segunda intenção pessoal? A primeira pessoa a quem se deseja fazer o bem não será muitas vezes a nossa?
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