23/02/2011

A vida em sociedade

A sociedade humana é formada de pessoas que têm necessidade umas das outras para continuar a espécie, buscar seus objetivos e realizar sonhos. Sem as comunidades o homem não se organizaria e não sobreviveria.

É o outro que ajuda na busca por alimento e abrigo. Seja da forma mais simples, quando o pequeno agricultor planta e colhe. Seja através do que constrói, do que cuida de doenças, do que educa. Enfim, uma imensa corrente permite que o ser humano nasça, cresça, viva.

O mundo moderno exige cada vez mais que essa ajuda seja diária, porém ela é imperceptível para muitos. Seres humanos têm necessidades materiais e espirituais. Cada um precisa de afeto, atenção, carinho, respeito.

Todos têm uma fé e esperança que o ajudam no dia-a-dia. Com isso adquirem forças, muitas vezes, até sobrenaturais. E conseguem transpor montanhas. Viver em sociedade é uma necessidade vital para o ser humano.

Uma pessoa rica que se isola em uma ilha, porque lá tem alimentos suficientes para seu sustento, não estará bem. Ela sentirá falta de alguém para lhe fazer companhia. Será triste e sozinha, necessitará de alguém. Ninguém é uma ilha. Precisamos, porém, de uma sociedade organizada, para que todos vivam satisfatoriamente.

Uma sociedade justa, onde todas as pessoas possam ter oportunidades e aproveitá-las. Benefícios e encargos distribuídos. Direitos respeitados e deveres assumidos. Responsabilidades e limites, na medida certa. Tenhamos sempre a esperança que estamos aprendendo a viver em sociedade.

Afinal, cumprimos o nosso papel a cada amanhecer! Assim caminha a humanidade... Como disse Clarice Lispector: “Viver em sociedade é um desafio porque às vezes ficamos presos a determinadas normas que nos obrigam a seguir regras limitadoras do nosso ser ou do nosso não-ser...

Quero dizer com isso que nós temos, no mínimo, duas personalidades: a objetiva, que todos ao nosso redor conhece; e a subjetiva... Em alguns momentos, esta se mostra tão misteriosa que se perguntarmos - Quem somos? Não saberemos dizer ao certo!!!
Agora de uma coisa eu tenho certeza: sempre devemos ser autênticos, as pessoas precisam nos aceitar pelo que somos e não pelo que parecemos ser... Aqui reside o eterno conflito da aparência x essência. E você... O que pensa disso?”.

Publicado no Jornal O Sentinela, no dia 23/02/2011

16/02/2011

Até pode ser legal, mas é imoral...


O título acima por si só já se faz polêmico, bem, mas não é este o intuito deste texto e sim como os demais assinados em minha coluna, é de comungar idéias, provocar reflexões e até mesmo de levar informações até você meu caro leitor.

Em determinadas situações, diante da observação do efeito de uma determinada lei sobre um fato concreto, ouve-se, inclusive na mídia, a afirmação de que até pode ser legal, mas é imoral…

Não pode existir lei imoral!

A moralidade é um princípio, não segui-la é um mau começo e tudo que se segue é passível de questionamento, inclusive, no campo técnico. O processo de elaboração de uma lei deve ter espaço para que a causa de legislar seja atentamente estudada, a fim de viabilizar a criação de uma solução não só eficaz, eficiente e efetiva, mas também moral.

Moral, do latim, morus, significa “usos e costumes”. O legislador, ao elaborar uma lei, deve analisar, além da utilidade e da capacidade de a norma produzir seus devidos efeitos, se a solução que ela está propondo para o problema que quer resolver possui aderência aos usos e costumes sociais. A lei não pode ser uma criação singular ou algo imposto, tampouco ela pode ser produzida sem que em seu processo elaborativo discuta-se a consequência moral que seu efeito irá produzir.

Mas o que mais sustenta a sujeição da lei ao princípio da moralidade é o fato de que, em qualquer situação, o efeito de uma norma repercute na vida de um cidadão, de uma comunidade, de uma instituição ou de uma sociedade. Ao elaborar uma lei, maneja-se, portanto, com vidas. E não considerar isso é desprezar a ordem natural das coisas. É produzir uma lei, imoral… E o elaborador da lei não pode, não perceber o componente humano, portanto, moral, do efeito que a norma quer produzir.

A produção de leis imorais é um sinal claro de que o legislador, e nesse papel encontram-se o governo e o parlamentar, ainda não assimilou a importância e a responsabilidade ética de sua pública função. Mais, ainda, não se percebeu como filtro moral. E é justamente a ausência dessa percepção que abre espaço para a corrupção, para o mau uso do aparelho governamental, para o desvio de condutas e de recursos públicos e para o abuso do poder de legislar.

Publicado no Jornal O Sentinela no dia 16/02/2011

09/02/2011

Considerações sobre o poder

Nada é tão perigoso quanto o poder. Para o poderoso não há o "não", nem portas fechadas, nem filas, nem o esperar. O poderoso pode tudo e não conhece limites, a tudo seduz e compra com o poder que tem. Para o poderoso, as pessoas são meras peças do jogo da sua vida, que já tem prematuramente um ganhador: o poderoso.

Para que ter respeito e atenção às pessoas? Elas apenas existem para servir quem tem poder, assim pensa o poderoso. Quem detém o poder interdita ruas para a sua passagem, tem a imprensa a persegui-lo e as colunas sociais são a sua praia; o poderoso não atende pessoalmente o telefone, salvo quando é do seu interesse, delegando todos os assuntos maçantes e banais para a assessoria. Ter poder é ter privilégios, é estar acima do bem e do mal.

Mas o poder cobra um preço: a não existência do anonimato, nem da simplicidade, nem das relações verdadeiras. O poderoso, devido a sua soberba, perde o contato com pessoas autênticas, aquelas que nada querem em troca de um abraço, de um carinho, de um sorriso. Mesmo cercado de um séquito de puxa-sacos, vive a solidão de não saber com quem pode contar e se ilude acreditando ter amigos, que não são mais do que cúmplices de suas jogadas de poder.

Por não ter o anonimato, tem as suas atitudes copiadas ou julgadas o tempo inteiro e não se pode permitir errar. Tem que ser sempre o exemplo e a imagem do sucesso, não podendo perder tempo com futilidades. O poderoso controla mundos e fundos, mesmo que a sua vida seja sempre exposta. Seus filhos e cônjuges pagam também o preço dessa força que o poder traz e, assim como o poderoso, ganham logo o título de "doutor", sem jamais terem passado pela porta de uma universidade para fazer um doutorado e fazer jus ao título.

O poderoso é uma vítima do seu próprio poder; se embriaga de estar acima dos simples mortais, por estar além do bem e do mal. O que se questiona é que tipo de pessoa sobra quando se retira a ribalta? O que sobra do poderoso quando se lhe retira o poder? Quantas criaturas cheias de ressentimento e egoísmo se escondem atrás do poder? Quantos pedófilos, exploradores, larápios e infames se escondem nas roupagens do poder?

Mas nada é para sempre. A verdade de cada um aparece ao longo da vida e esta puxa o tapete de todos nós ao longo de nossa frágil existência. A experiência do poder serve como prova, para sabermos quem somos, com quem vivemos e o que queremos, pois a vida sempre cobra o que fizemos das nossas histórias.

Publicado no Jornal O Sentinela, no dia 09/02/2011

02/02/2011

O maior presente que você já recebeu



    Às vezes o ser humano, com sua fragilidade nas escaladas desta vida, tenta contrariar os planos do Criador, destruindo em si o dom mais precioso que Deus lhe deu: a "vida."
    Esquecendo-se de que, antes mesmo de ser gerado, aquele novo ser já estava projetado nos planos do Criador. Sabemos que, logo após a "concepção", Deus, na Sua infinita bondade, nos dá "um sopro vivificante", isto é, a vida em plenitude. Daí o pecado do aborto.
    Atentar contra a própria vida, ou a dos outros, vai de encontro com Deus. Sabemos que viemos de Deus e para Ele voltaremos. A vida não é propriamente nossa, e, sim, de Deus.
    Mesmo diante dos dissabores desta vida, nunca se deve pensar em destruí-la.Quando ficamos desanimados, quando nossas lutas não dão certo. Sabemos que convivemos em um mundo com tantas injustiças, sofrimentos, sonhos e desejos não realizados, ideais não conquistados que vão embora. Pedras e obstáculos no caminho, impedindo nossa caminhada. Falta de paz e tranquilidade. Tudo isso é motivo para aumentar a fé em Deus.
    O que não pode é deixar-se contaminar pelo desespero, pela doença, pelo isolamento, pela depressão e chegar ao ponto de buscar uma fuga, destruindo a própria vida. Fugindo de tudo e de todos, até mesmo de Deus. Achando que essa é a única solução. Muito pelo contrário. Engana-se quem assim o faz. Deus nos criou para uma "vida plena e repleta de amor."
    Nunca busque nada que desagrada a Deus. Tirar a própria vida ou a dos outros é, sem sombra de dúvidas, uma grande ofensa ao Criador. É rejeitar o presente, a Dádiva mais preciosa que Deus lhe deu.
    É não pensar que, enquanto se destrói a própria vida, muitos outros lutam e enfrentam todo tipo de sofrimento nos leitos dos hospitais e UTIs, rezando e pedindo a Deus saúde para o corpo e conforto para a alma.
A humanidade vive dias desesperadores em todos os sentidos. Porém, devemos sempre buscar força, coragem, firmeza e confiança no Pai Celestial. Entregue-se a Deus com confiança que Ele solucionará os seus problemas. E terás de imediato o prazer e o sentido de viver. Verás que o amor pela vida, o gosto de viver e o desejo de plenitude jorrarão dos seus corações.
Desperte-se para a bondade de Deus. Nunca deixe que nada atrapalhe os projetos de Deus na sua vida. Deus quer que você seja eternamente feliz. Ame a sua vida e a dos outros. Deus lhe ama também. Pois esta é a grande razão da existência na terra.
Publicado no Jornal O Sentinela, no dia 02/02/2011