Está se tornando difícil encontrar uma pessoa que não reclame da correria do dia-a-dia. Parece até que a vida é feita só de correr de um lado para o outro.
Mesmo as pessoas que vivem tentando esticar o tempo, ao final descobrem que ainda não foi o suficiente. Está certo que alguns acham bonito se dizer sem tempo, acreditam que dá um ar de importância, competência e dinamismo.
A coisa toda é tão maluca, que eu tenho um amigo que vive dizendo que não tem tempo nem para se coçar. Dá para imaginar o horror? O fato é que vivemos a vida como se fosse uma grande gincana, tentando sempre nos superar e fazer caber mais coisas num só tempo.
As donas de casa correm: com as crianças, com as lições e com o almoço. São tão sem tempo, que ao invés de contar histórias para a molecada deixam o vídeo contar.
Assim, ganham um pouco mais de tempo. Mas quando dão uma paradinha, são capazes de ouvir: “Já imaginou se você trabalhasse?”
Para os que trabalham fora, o papo é outro, “ Porque não fez isso?” ou então, “Não vai me dizer que não teve tempo!” Afinal, o dia tem ou não vinte e quatro horas?
O fato é que as pessoas dormem cada vez menos, quase não descansam e mesmo assim, acreditam que podiam fazer mais coisas. Nessa loucura por usar mais e melhor o tempo, devagarzinho vamos nos esquecendo de ter qualidade. Quem é que já não ouviu: “A velocidade é inimiga da perfeição”.
Complicado não é? Embora não dê para fugir da correria, é preciso, dentro do possível, ter cautela. Fazer as coisas rápido implica em diminuir a segurança ou a qualidade do que está sendo feito.
Seja como for, mesmo não sendo fácil desacelerar, é bom tomar alguns cuidados: Pensar se vai conseguir cumprir os prazos antes de fazer qualquer promessa, pode resolver futuros problemas, tanto para quem promete quanto para quem espera o que foi prometido;
Procurar conferir se está tudo em ordem antes de entregar um trabalho, um documento ou qualquer outra coisa, garante eventuais esquecimentos;
Manter uma lista dos compromissos e atividades de cada dia e, checar conforme as tarefas sejam cumpridas, ajuda a lembrar do que foi esquecido e a reorganizar o tempo;
Marcar os compromissos levando em consideração o tempo de deslocamento entre um lugar e outro é a única garantia para evitar atrasos. Não acreditar em trânsito livre também ajuda;
Não ter receio de dizer: “Desculpe-me, mas não vai dar”. A sinceridade é mil vezes melhor do que colocar qualquer coisa em risco ou se atrasar. É bom lembrar que a idéia de que no final tudo termina em pizza, pode não ser verdadeira;
Esta frase li em algum lugar que não me recordo o autor no momento, mas serve direitinho para a situação em foco:
“Diminua a velocidade e aproveite a vida. Não é apenas a paisagem que você perde indo muito rápido, você também perde o senso de onde você está indo e o porquê.”
Publicado no Jornal O Sentinela no dia 26/11/2009
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