Recentemente findou o prazo para inscrever-se no concurso público municipal, para alguns é motivo de tristeza, por estarem em outras cidades e não terem conseguido agilizar em tempo uma procuração; ou outros motivos, até mesmo a falta de dinheiro para efetuar o pagamento da inscrição, pois sabemos que hoje em dia está bastante dispendioso participar de um concurso público. Principalmente quando é fora do município em que reside o candidato, imagine só realizar um concurso em Porto Alegre, só a despesa com passagens, aproxima-se a R$ 150,00, some a isto uma apostila básica de uns R$ 80,00, uma inscrição de uns R$ 60,00 mais gasto com alimentação no dia, isto é apenas o básico,considerando que ainda tem os famosos cursinhos preparatórios, os quais não são todas as pessoas que podem se dar a este luxo que tem valor aproximado ou maior que R$ 500,00. Claro que não posso deixar de frisar que o Poder Público tem um custo que geralmente não é baixo para realizar o concurso, evidente que o dinheiro cobrado é para cobrir tal despesa, mas penso em primeiro lugar na desigualdade social e isto bate de frente. Mas enfim preocupo-me com as pessoas carentes, como vão ter dinheiro pra se fazerem aptas a concorrer uma vaga no serviço público? Em tese o concurso justamente existe para impedir que se escolham pessoas diretamente pelos tantos motivos que sabemos: política, parentesco, apadrinhamento, e por ai vai. Existe para que todas as pessoas possam concorrer de igual para igual, possibilitando principalmente a uma pessoa de classe baixa não ter prejuízo em relação a uma de classe alta, muito embora saibamos que isto é uma grande ilusão porque a que tem maior poder aquisitivo vai fazer cursinho, comprar mais bibliografias, fazer aulas e tudo mais, enquanto a outra apenas tem um material que serve de referência, que foi recomendado no edital e muitas vezes nem isto tem, porque pagou a inscrição e não teve dinheiro para comprar o material. Isto tudo faz parte da grande luta que enfrentam hoje, as pessoas que desejam uma vaga no serviço público, e isto é em todo o País. As dificuldades são muitas, não apenas na questão financeira, mas também na hora de estudar, porque cada vez mais os concursos estão exigindo mais, talvez mesmo pelo grande número de concorrentes. Ai entra também aquela outra questão que levantei em outra edição sobre a educação, a deficiência na educação das pessoas, as pessoas que também não levam a sério os estudos, depois verão a falta que isto faz. Ainda hoje eu estava conversando com pessoas inscritas em nosso concurso municipal e também outras que inscreveram-se, para outro concurso estadual que está em andamento, e pude conferir o quanto psicologicamente as pessoas se abalam com a insegurança gerada pela grande concorrência, falam dos seu grande número de concorrentes como se fossem um grande “bicho papão”! Mais do que tudo a pessoa tem que ter força de vontade, acreditar em si, saber que quando se quer se consegue, e estudar, estudar muito, esta história de não vou estudar muito, porque fulano nem estudou e tirou primeiro lugar, enquanto cicrano estudou muito e não teve um bom desempenho, isto é “lorota”, a pessoa que foi bem estudou sim ou dominava o assunto, não se iluda, há muitas pessoas que lhe dizem que “não estão estudando”, que não estudam ou não estudaram, para lhe tranqüilizar e também não estudar, não caia nessa, se você quer passar o caminho é estudando e muito. A todos que prestarão concurso nos próximos meses, meu desejo de sucesso.
Publicado no Jornal O Sentinela no dia 24/02/2010
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